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Pode-se dizer que a meta-consciência é a consciência da própria consciência, ou seja, um certo estado ao qual seres senscientes podem ascender por intermédio da associação entre a razão e profundos conhecimentos culturais, comportamentais, filosóficos e mesmo lógicos, entre outros, mais ou menos relevantes. Pode-se admitir que uma meta-consciência apurada teria algo de muito semelhante ao que se chama de intuição, visto que,como não se atém simplesmente à fração subjetiva, possivelmente pode vir-a-ter a capacidade de "prever" certos eventos,com base numa experiência prévia e partindo do pressuposto de que a dinâmica do mundo segue tal padrão.
São sinônimos de metaconsciência: autoconscientização; um estado de consciência superior; estado de metacognição.
A palavra consciência surgiu em 1375 sendo originária do Latim conscientia que deriva do verbo conscire (ter conhecimento de) surgido pouco antes, em 1352. A consciência é uma qualidade psíquica, motivo pelo qual se diz também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que se perceber no mundo, mas ser no mundo e do mundo, usando a intuição, a dedução e a indução. Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal e consciência de acesso. A consciência fenomenal é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente". A consciência de acesso se refere ao processamento das experiências que vivenciamos.
Manfred Frank relaciona algumas das relações entre a consciência, a autoconsciência e o autoconhecimento:
(1) Consciência pressupõe autoconsciência. Não há como alguém estar consciente de alguma coisa sem estar consciente de estar consciente dessa coisa.
(2) A autoconsciência é pré-reflexiva. Se a autoconsciência fosse o resultado da reflexão, então só teríamos autoconsciência após termos consciência de alguma coisa que fosse dada à reflexão. Mas isso não pode ser o caso, pois, como descrito anteriormente, consciência pressupõe autoconsciência. Logo, a autoconsciência é anterior à reflexão.
(3) Autoconsciência e consciência são distintas logicamente, mas funcionam de maneira unitária.
(4) O autoconhecimento, isto é, a consciência reflexiva ou consciência de segunda ordem, pressupõe a consciência pré-reflexiva, isto é, a autoconsciência.
De acordo com esse esquema, a autoconsciência é o elemento fundamental da consciência. Sem ela não há consciência nem reflexão sobre a consciência. |
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A maioria dos pesquisadores descreve metaconsciência como um dos muitos aspectos ou funções da consciência (Cole); como um estado psicológico diferenciado, de mais alta ordem (Rosenthal); a consciência da atividade da mente e dos processos mentais (Pinard); um estado ao qual pode-se ascender por intermédio da associação entre a razão e profundos conhecimentos culturais, comportamentais, filósóficos e lógicos, entre outros mais ou menos relevantes (Frawley). A metaconsciência nos habilita a controlarmos nossos próprios estados e processos cognitivos (Nozick), a tomarmos consciência das causas e efeitos acerca de nossos estados cognitivos (Cole); a desenvolver estratégias metacognitivas textuais e discursivas e a refletir sobre a própria linguagem (Menegassi).
Para Vygotsky, assim como a consciência surge a partir de processos não-conscientes, a metaconsciência deve ser extraída da consciência pela consciência. Indo mais além, David Cole descreve três funções centrais da metaconsciência:
(1) Nos habilita controlarmos nossos próprios estados cognitivos e afetivos;
(2) Torna possível a realização da autopsicanálise, tornando possível descobrir nossos estados psicológicos e
(3) Nos habilita a planejar como maximizar nossas satisfações para que sobreponham as insatisfações da vida.

Funções do cérebro segundo David Cole |